quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ana das Carrancas (Petrolina-PE)




Ana das Carrancas nasceu no dia 18 de fevereiro de 1923 na localidade Santa Filomena no município pernambucano de Ouricuri. Filha de uma louçeira e de um agricultor, começou a trabalhar aos sete anos de idade, ajudando a mãe a fazer potes e panelas de barro para vender na feira. Foi a partir daí que ela foi “pegando gosto” pelo barro. Da cerâmica utilitária, passou a produzir também pecinhas figurativas; eram bois, cavalos e santos de lapinha. Ana se casou aos 22 anos de idade com um pedreiro, mas ficou viúva muito cedo; com ele teve duas filhas: Maria da Cruz e Ângela. Depois de pouco mais de um ano da morte do primeiro marido, casou-se com o piauiense José Vicente de Barros, com o qual permaneceu casada até sua morte. Ana das Carrancas faleceu no dia 01 de outubro de 2008 em Petrolina-PE.

Sua história é como a de tantos nordestinos, feita de luta, trabalho e fuga da seca. Quando Ana se casou com José Vicente a família morava em Picos-PI, mas devido às dificuldades financeiras, mudaram para Petrolina-PE em busca de uma vida melhor. Quando chegou a Petrolina, Ana era conhecida como “Ana do cego”, uma referencia a seu marido José Vicente que é deficiente visual. Ali, insistiu no trabalho com o barro, começou a fazer louça para vender na feira; “virou Ana louçeira”. Ganhava pouco com a venda das louças e por isso as dificuldades financeiras continuavam a perseguir sua família. Nos anos 60 Petrolina viveu uma série crise do barro, a qual obrigou a muitas louçeiras a optarem por outras alternativas de sobrevivência. Mesmo diante das dificuldades, Ana nunca aceitou que o marido fosse pedinte. Devota de São Francisco das Chagas e do Padre Cícero, ela pediu a eles que mostrassem uma forma de ganhar dinheiro para sustentar sua família. O pedido parece ter sido atendido.





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